O Corinthians mostrou que precisará trabalhar mais para encaixar a nova formação elaborada por Tite. Com dois meias na armação das jogadas, o time trocou a velocidade e a pressão que tanto sucesso fizeram nas primeiras rodadas por um estilo mais cauteloso. Era o prato cheio que o Figueirense esperava para equilibrar o jogo. Ao congestionar o meio de campo, os visitantes bloquearam as principais armas adversárias e passaram quase todo o primeiro tempo sem sustos, precisando de apenas uma chance para ficarem em vantagem.
A pouca mobilidade e a forte marcação do Figueirense anularam Danilo e Alex, responsáveis por organizar o ataque. Jorge Henrique e Liedson praticamente desapareceram sem o auxílio da dupla. Sem espaço, os corintianos tiveram seu grande momento na primeira etapa em uma cobrança de falta do capitão Chicão bem próxima da área. O goleiro Wilson desviou e a bola carimbou o travessão. Alex ainda tentaria um voleio na área para fácil defesa.
O Corinthians cresceu a partir dos 20 minutos, mas sem força para sufocar e abusando dos erros de passes. Tite liberou as descidas dos laterais para auxiliarem Danilo e Jorge Henrique pelos lados. A estratégia, porém, surtiu efeito contrário e fatal. Aos 34, Julio Cesar disparou nas costas de Alessandro e cruzou rasteiro para a área. Mais esperto que a zaga, Wellington Nem apareceu livre e, de carrinho, mandou a bola para a rede. Motivo de sobra para alguns torcedores do Timão reclamarem na saída da equipe de campo.
Bruno toca a bola diante de Jorge Henrique: catarinenses fizeram boa marcação (Foto: Agência Estado)
Tite tenta, mas Figueira faz o segundo
Tite buscou inspiração na rodada passada para tentar acabar com os problemas no segundo tempo. Assim como diante do Atlético-MG, na última quarta-feira, o treinador tirou um lateral, desta vez Weldinho, e colocou Emerson, herói da virada por 3 a 2, para dar mais mobilidade ao ataque. A primeira chance, porém, veio novamente em bola parada. Logo aos quatro minutos, Alex cobrou falta com perigo, bem perto da trave direita de Wilson.
O treinador corintiano voltou à formação que brilhou nas dez primeiras rodadas ao colocar Willian no lugar de Danilo, vaiado pela torcida ao deixar o campo. O Timão ganhou velocidade e transformou a partida em um treino de ataque contra defesa. Dois minutos depois de entrar, Willian acertou a trave da meta adversária. Aos 18, Emerson disparou livre na área, mas bateu mal e perdeu boa chance.
O ímpeto corintiano foi diminuindo gradativamente, permitindo que o Figueirense voltasse a encaixar a marcação. Jorginho aproveitou para trancar ainda mais a equipe na defesa. A nova aposta de Tite para furar o bloqueio foi colocar o volante Edenílson na vaga de Paulinho para atuar como homem surpresa na ligação entre meio e ataque. Mas quem conseguiu balançar a rede foi o visitante.
Em um contra-ataque, Julio Cesar avançou, deixou Ralf para trás, driblou Alessandro e chutou na trave direita do goleiro do Corinthians. No rebote, Pittoni só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede, aos 47 minutos: 2 a 0 para o Figueira e decepção da torcida do Timão.
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